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O que os produtores de cacau do Brasil têm a ver com a crise de produção na Costa do Marfim?


Foto/reprodução


A Costa do Marfim está passando por uma devastação em suas produções de cacau e um dos maiores problemas é a proliferação de pragas e doenças. Sabe o que temos a ver com isso? Devemos exigir do poder público normativas que priorizem a compra nacional de cacau e diminuir, cada vez mais, as importações, pois o processo de comprar externa pode trazer os mesmo problemas para nossas lavouras.


Infelizmente, a Instrução Normativa 125, do governo passado, que dispõe sobre os requisitos fitossanitários para a importação de amêndoas e cacau produzidos na Costa do Marfim, conta com irregularidades que permitem que nossas produções estejam em risco iminente.


Entre os problemas do documento estão: (1) a construção das normativas foram feitas sem uma consulta à sociedade, especialmente aos cacauicultores; (2) o documento dispõe de poucas referências científicas; (3) na visita técnica foram visitados apenas um produtor de cacau, um armazém, num universo de 800 mil produtores; (4) o relatório mostrou que Costa do Marfim é uma país com sofisticados e seguros processos de produção, o que não é uma realidade; (5) não há registro de etapas na ARP, apenas um relatório com muitas contradições; (6) a ARP foi feita em regiões periféricas e não em regiões de núcleo de produção; (7) nao foi utilizado a metodologia Cosave; (8) a tão importante portaria 617 de 11/07/2022 não foi considerada; (8) regulamentações anteriores acerca das doenças foram ignoradas.


  • Além desses problemas, muitos nos preocupam, como aspectos históricos e de inspeção.

  • Em 2012, os técnicos da CEPLAC ( Comissão Executiva do Plano da Lavoura da Cacaueira), detectaram em dois carregamentos insetos vivos provenientes de Costa do Marfim;

  • As inspeções dos cacaus que chegam no Brasil são visuais, fazendo com que o auditório fiscal não consiga detectar pragas e doenças de forma efetiva;

  • Não há obrigatoriedade de análises laboratoriais, o que deixa as indústrias à vontade para fazerem quando querem.

Por isso, a ANPC tem mobilizado autoridades para que novas medidas sejam tomadas em proteção às nossas produção, reduzindo ou até extinguindo o as importações do que é produzido em grande escala em nosso próprio país.

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